O laranja está a ficar sem cor...
Por circunstâncias que serão óbvias após a leitura deste post, não vou já, como prometido, responder às questões feitas aos caros leitores e a mim mesmo sobre o Festival da Canção europeu. Vou, em vez disso, comentar a notícia de última hora que, de certa maneira, abalou o mundo político (ou pelo menos, o mundo político da direita). Luís Filipe Menezes anunciou há cerca de uma hora e meia atrás a sua demissão do cargo de Presidente do Partido Social Democrata, principal alternativa ao executivo de José Sócrates. Podem ver o vídeo no site da RTP.
Parece-me a mim que este anúncio é, paradoxalmente, esperado e inesperado. Esperado porque o agora ex-líder do PSD batalhava em duas frentes. Batalhava como oposição ao Partido Socialista e batalhava contra o seu próprio partido, o que o tornava numa alternativa pouco credível e, por isso, difícil de manter. Inesperado porque o característico estilo de Menezes nos fazia crer que o seu eterno amor pelas bases do partido seria sempre o seu pilar contra os ditos barões do PSD.
Das muitas conclusões que se podem tirar desta retirada da vida política nacional posso afirmar que isto é sinal da grande confusão que é o PSD enquanto partido de oposição e como isto é prova de que não é, de todo, uma alternativa credível para a governação do nosso país. Luís Filipe Menezes entra num partido lamacento e sai deixando o partido pantanoso.
Isto é, acima de tudo, um péssimo sinal para a vida democrática nacional. Sem uma oposição fiável e presente não existe debate sério e, assim, perde-se um dos princípios mais importantes de uma república parlamentar: a discussão. Se o PSD continuar por este rumo, as eleições de 2009 ou serão algo extremamente fácil para o Partido Socialista manter a sua maioria ou então os partidos mais pequenos conseguirão ascender na Assembleia da República e ganhar deputados ao PSD, merecidamente. O Bloco de Esquerda continua a apelar ao voto jovem e irreverente enquanto que o Partido Comunista cada vez sobe mais nas intenções de voto, resultado das suas políticas de defesa aos mais carenciados, algo compreensível tendo em conta a actual situação do país. O Partido Popular continua em terreno instável, também consequência do mau resultado conseguido nas legislativas de 2005, que iniciaram esta crise ideológica e, acima de tudo política, na direita portuguesa.
Agora resta saber quem terá coragem para tentar limpar o solo sem ficar preso em toda a podridão que se verifica neste outrora digno partido.
ass.NanduKa XD
Como pode um partido governar um país, se o próprio partido é um problema?
Um abraço,
Filipe
Nao substimes o PSD. No tempo de Guterres, Carlos Carvalhas dizia que a nova Direita era o PS e era o PS que a Esquerda devia combater, Durao Barroso era globalmente considerado um lider de passagem sem carisma ou competencia para ser PM (olha onde ele esta agora), Paulo Portas era a chacota nacional com as suas visitas as Feiras acompanhado de Visons e muito Channel. Nada do que se verificou uns anos depois era previsto.
LFM demite-se porque cheira a Poder, mais do que nunca o PS esta fragilizado e a massa do eleitorado nunca votara a esquerda do PS ou no CDS. LFM demite-se porque quem antes nao se queria queimar numa derrota eleitoral, agora ve a oportunidade de ser PM. LFM foi pressionado como antes Marques Mendes nunca tinha sido.
E o que vem ai' e' mau e forte. Acredita no que te digo. Mais politica de Direita ao estilo americano do zero estado na economia e ultra-conservadorismo na legislacao.
Nao penses que o PSD esta fraco, muito pelo contrario, eu acho que ele vem ai' cheio de forca.
E' preciso lutar para evitar o pior, o retrocesso de Portugal, pois para mim isso e' o PSD, sinonimo de retrocesso e mesquinhez cultural. Sou de Viseu, sei o que digo :)