Directas

Category: By Luís Peres
Um novo velho capítulo abre-se no PSD. Digo novo velho porque assistimos a um retrocesso de estilo político. O Partido Social Democrata votou hoje que se deve voltar a uma política mais conservadora e menos populista. Nestas eleições directas, causadas pela governação desgovernada de Luís Felipe Menezes, Manuela Ferreira Leite torna-se a nova líder do PSD. Os resultados (ver Correio da Manhã) foram algo caricatos. Com três principais candidaturas, verificamos que todas elas estão muito próximas umas das outras. Ferreira Leite consegue uma distância de apenas oito pontos percentuais para o terceiro colocado. A surpresa destas eleições, no entanto, foi o segundo candidato mais votado: Pedro Passos Coelho. Este jovem promissor conseguiu arrecadar 31% dos votos e apresenta-se como uma nova cara e comofuturo do Partido. Um novo Menezes, portanto. Gostaria de proceder a uma avaliação do impacto que a nova liderança do principal partido da oposição terá nas sondagens para as Legislativas. Não o irei fazer, contudo, devido ao seu carácter meticuloso e díficil e porque é muito cedo para o fazer. Guardarei tal análise para mais tarde, então. Por agora, o que posso dizer é que, claramente, o PSD continua dividido e um dos grandes desafios de Manuela Ferreira Leite é unificá-lo ao mesmo tempo que se demarca da governação Sócrates e apresenta um projecto credível para o país. Parabéns à nova liderança do Partido Social Democrata e, na medida do possível, boa sorte. Mas não muita... 
 

Heróis da Relva fecham o país

Category: By Luís Peres

Sendo eu um viseense de nascimento e residência, não podia deixar de fazer um pequeno comentário ao jogo que se irá realizar no Estádio do Fontelo, no dia 31 de Maio. A cidade está doida, completamente doida. Vê-se verde e vermelho por tudo o que é sitio, vestidos de noiva com as caras dos jogadores da selecção, bandeiras nas varandas, empelastros estacionados 24 horas por dia em frente ao Hotel Montebelo, carros de reportagem por todo o lado, agentes da autoridade a interromper o trânsito para uma elite desportiva chegar mais depressa onde precisa... 
A verdade é que o futebol, correndo o risco de ser corrido a pontapé (passe-se a ironia), tem tomado proporções estupidamente desastrosas e dominantes na nossa pequena sociedade semi-conservadora que de vez em quando vira quase liberal.  Então, o problema não afecta só a cidade, obviamente. O país todo está hipnotizado pela cidade jardim de Viriato, mas ninguém se lembra nem dele nem de Grão Vasco: as atenções estão todas viradas para celebridades que, supostamente, dão uma boa imagem de Portugal ao mundo. Cristianos Ronaldos, que tão bem sabem falar e opinar, são verdadeiros ídolos da juventude nacional, enquanto que os Josés Saramagos ou um qualquer capitão de Abril são esquecidos, tornados personagens míticas e inalcansáveis. O que interessa é receber rios, mares e oceanos de dinheiro apenas por chutar numa bola em jogos ocasionais. 
O auge desta corrente de maluqueira e de insanidade é alcançado nos telejornais. Três quartos dos pseudo-informativos são dedicados ao futebol e aos treinos (é que nem é o jogo, são os treinos) enquanto que o resto das notícias (menos importante, obviamente) são encurtados, resumidos e reduzidos a um quarto do tempo de antena. Tempo de antena esse que, infelizmente, é o menos visto. "O futebol já acabou? Vamos ver a telenovela". O país está despreocupado e uma sociedade desinteressada é o impulso para o deboche dos valores que realmente interessam, correndo o risco de me parecer com um conservador. As pessoas sérias têm de fazer ver às menos sérias que isto está errado. Vivemos actualmente uma crise mundial alimentar, de combustiveis, económica, imobiliária que ameaça generalizar-se a todos os sectores da vida e do quotidiano. Mas em vez de estarmos atentos a estas situações, estamos a ver corpos jeitosos com umas ricas pernas a dar pontapés numa coisa redonda de tecido ou então uns quaisquer seios avantajados e uma derrière agradável à vista. A sociedade está louca num mau sentido. O juízo está no esgoto. Os valores perdem-se. A crise continua. Nós não damos conta de nada... Só do quão negro está o bigode do Dr. Fernando Ruas enquanto se vangloria pelas televisões a falar de futebol.
 

Eurovisão 2008 Final

Category: By Luís Peres
Portugal passou a segunda semi-final e vai hoje a votos na final. Vamos ver como se irá sair Vânia Fernandes. Força Portugal! 12 pontos!
 

Saúde vs Etiqueta

Category: By Luís Peres



Escandalizado! Encontro-me completamente escandalizado após ler uma notícia no IOLDiário. Pergunto-me: será que a ciência está a evoluir tão depressa que atropela as regras de civilidade? Será que as novas doenças como o cancro são limitadoras da etiqueta que já nos é imposta desde o Renascimento? Segundo Frédéric Saldmann não, visto que chega a afirmar que "deveria ser dada carta branca à libertação de gases, aos arrotos e à transpiração de modo a reduzir o risco de cancro". Quer isto então dizer que aquela menina do post Re: Sonhos Didácticos teria o direito a fazer o que fez porque conter aquele stress seria psicologicamente prejudicial? A saúde é mais importante, mas existem limites. Eu simplesmente não acho nem adequado, nem agradável que esteja a fazer um qualquer serviço do meu emprego e que o meu colega solte gases, simplesmente porque previne cancro (e não me admirava que ele estivesse a fumar enquanto dizia isto). Peço imensa desculpa a toda a comunidade médica que concorde com este senhor, mas eu não estou disponível para pactuar com este tipo de situações! As regras de civilidade existem por alguma razão: permitem-nos viver numa sociedade (mais) agradável e em que todos confiam que as pessoas com quem convivem não serão desagradáveis. Claro está que muitos já não as cumprem, porém incitar este tipo de comportamento é inaceitável. Tenham juízo...